A LINGUAGEM TROPICALISTA NO JORNALISMO LITERÁRIO BRASILEIRO

Abstract

A proposta deste trabalho foi identificar características próprias e originais da linguagem comunicativa do movimento cultural, artístico, social e comportamental denominado Tropicalismo, ocorrido no Brasil na segunda metade da década de 1960. Posteriormente, houve uma investigação na expressão do jornalismo literário com indícios desse movimento, tendo como fonte de pesquisa o jornal “O Pasquim”. Deste modo, o presente estudo foi em busca da resposta do problema da pesquisa, com o intuito de compreender qual a relação entre o tropicalismo e o jornalismo literário no final da década de 60 no Brasil. O método utilizado foi um estudo de caso com o objetivo de identificar formas de narrativa da realidade não ficcional utilizada por jornalistas literários no jornal “O Pasquim” das edições de junho de 1969 até junho de 1970. Entre os objetivos específicos, a pesquisa se norteou em compreender a essência inovadora do texto tropicalista e, por fim, verificar de que forma o jornalismo literário daquela época foi influenciado ou utilizou a linguagem da contracultura. O trabalho, portanto, pretendeu identificar se a linguagem fragmentada típica do tropicalismo serviu como forma de comunicação jornalística literária para alguns profissionais que contribuiram, aderiram ou incentivaram o movimento de vanguarda. Como referencial teórico, este artigo embasou-se nos autores Felipe Pena, Edvaldo Pereira Lima, Hilda Lontra e Caetano Veloso. Ao final concluiu-se que há muitas características em comum entre o Tropicalismo e o Jornalismo Literário da época, mas como foram movimentos contemporâneos, inspirados na contracultura, nenhum se apropriou do outro, pelo contrário, houve sim um compartilhamento de ideais e ideias, mas cada um dentro de sua especificidade.